TEXTO
ÁUREO
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VERDADE
PRÁTICA
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“Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua
vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.”
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A doação de órgãos, bem como a de tecidos
humanos, expressa o verdadeiro amor cristão.
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LEITURA
DIÁRIA
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Segunda – Mt 22.37-40
O amor cristão é a síntese da lei e dos profetas
Terça – Mt
7.12
A Bíblia apresenta a empatia e a solidariedade como princípios cristãos
Quarta – 1 Jo 3.17,18
O amor deve ser demonstrado por obras, não apenas por palavras
Quinta – Gl
4.15
Os irmãos da Galácia desejaram doar até o que não podiam
Sexta – Lc
1.37
Para a operação de milagres, não há impossível para Deus
Sábado – Mt 20.28
Cristo entregou a sua vida em resgate do ser humano.
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LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
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1 Coríntio 15.35-45
35 – Mas alguém
dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão?
36 –
Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer.
37 – E, quando
semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de
trigo ou doutra qualquer semente.
38 – Mas Deus
dá-lhe o corpo como quer e a cada semente, o seu próprio corpo.
39 – Nem toda
carne é uma mesma carne; mas uma é a carne dos homens, e outra, a carne dos
animais, e outra, a dos peixes, e outra, a das aves.
40 – E há
corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes, e
outra, a dos terrestres.
41 – Uma é a
glória do sol, e outra, a glória da lua, e outra, a glória das estrelas;
porque uma estrela difere em glória de outra estrela.
42 – Assim
também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará
em incorrupção.
43 – Semeia-se
em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com
vigor.
44 – Semeia-se
corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também
corpo espiritual.
45 – Assim está
também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último
Adão, em espírito vivificante.
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OBJETIVO GERAL
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Mostrar que a doação de órgãos está fundamentada na doutrina do amor
cristão.
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HINOS SUGERIDOS: 47, 179, 249 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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Abaixo, os
objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
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INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
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A ideia de “doar” é abundantemente expressa nas
Escrituras Sagradas. Ela está diretamente ligada ao mandamento de “amar o próximo”.
Doar é a ação concreta do amor. É a boa obra que expressa o amor que sentimos
pelo outro. Tiago e João dizem em suas epístolas que, se por exemplo, um
cristão diz ter fé e amar, mas não apresenta uma ação concreta ao objeto
dessa fé e desse amor, as epístolas sentenciam: esse cristão não tem fé e não
ama respectivamente. O nosso amor a Deus está proporcionalmente ligado ao
nosso amor ao próximo. Nesse sentido, precisamos expor a relevância deste
tema tão urgente nos dias atuais: doar órgãos significa salvar vidas. Quem
ama, doa!
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COMENTÁRIO
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INTRODUÇÃO
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 64 mil pacientes na fila
de espera por um transplante de órgãos. Dados da Associação Brasileira de
Transplante de Órgãos (ABTO) mostram que 2.333 pessoas morreram à espera de
um transplante no ano de 2015. Muitas famílias ainda rejeitam a doação por
dilemas éticos e por falta de informação. Nesta lição, veremos os pontos mais
relevantes desta importante questão e concluiremos que doar é uma expressão
do amor cristão (1 Jo 3.16).
I – DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: CONCEITO GERAL
A doação de órgãos engloba basicamente a técnica de transplante e as
pesquisas com células-tronco adultas e embrionárias.
1. Definição de transplante. O transplante
é um procedimento cirúrgico que consiste na remoção de um órgão enfermo do
corpo humano para ser substituído por outro saudável. Em muitos casos, o
transplante é a única alternativa da medicina para a cura de pacientes com
determinadas doenças terminais. Podem ser transplantados órgãos como o coração,
o fígado, o pâncreas, os rins, os pulmões, os tecidos e outros. O tipo mais
comum de transplante é o da transfusão de sangue. Existe também o transplante
de células-tronco que são encontradas, principalmente, na medula óssea,
placenta e cordão umbilical. O transplante de células-tronco adultas pode ser
realizado entre pessoas vivas e, portanto, não apresenta problemas éticos.
Como a Bíblia ensina que a vida tem início na fecundação (Jr 1.5), a ética cristã desaprova o uso das
células-tronco embrionárias, pois este procedimento interrompe vida do embrião.
2. O conceito de doação na Bíblia. O ensino
registrado nas Escrituras assevera que “mais bem-aventurada coisa é dar do
que receber” (At 20.35).
Isso que denota um ato voluntário de prover o bem-estar do próximo. Trata-se
de uma ação desprovida de interesse de ordem pessoal. A pobre viúva doou na
casa do Senhor todo o sustento que tinha (Mc 12.43,44). Barnabé – o filho da consolação
– sem pretensão alguma, vendeu uma propriedade e fez doação da venda à igreja
(At 4.36,37).
A excelência da doação repousa na disposição de renunciar, e até de
se sacrificar e sofrer, com base no amor pelos outros (Rm 5.8). Doar ao necessitado é uma forma de
colocar a fé em prática (Tg
2.14-17). E ainda, a reciprocidade está presente no gesto de doar,
pois foi o Senhor Jesus que assegurou: “dai, e ser-vos-á dado” (Lc 6.38a).
3. A doação de si mesmo: pertencemos a
Deus. Diante de tantas bênçãos recebidas e com o sentimento de gratidão, o
salmista pergunta para si mesmo: “Que darei eu ao SENHOR por todos os benefícios
que me tem feito?” (Sl 116.12).
Ciente de que a essência de adorar a Deus é entregar-se a Ele, o salmista
responde para si mesmo: “tomarei o cálice da Salvação” (116.13). Esta expressão implica renúncia
total ao mundo, à concupiscência e aos desejos da carne (cf. 1 Jo 2.15-17). O
Senhor Jesus ensinou que os verdadeiros discípulos devem negar a si mesmo (Lc
9.23). Esse é o compromisso de não seguirmos a forma mundana de viver (Rm 12.1,2), mas como
servo obediente em priorizar o Reino de Deus (Mt 6.33), viver afastado do
pecado e ser santo em toda a maneira de viver (1 Pe 1.14-16).
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SÍNTESE DO TÓPICO I
Doar é um ato voluntário de prover o
bem-estar ao próximo. Esse ato está intrinsecamente ligado ao nosso amor a
Deus.
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SUBSÍDIO LEXICOGRÁFICO
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“1.
Transplante. O transplante de órgãos e tecidos é uma ciência médica, que
consiste na remoção de um órgão enfermo e em sua substituição por outro que,
na maioria das vezes, procede de um cadáver. No caso dos rins e do fígado, a
doação e a recepção podem ocorrer inter vivos.
Transplantam-se
órgãos inteiros, como o coração, ou partes de um órgão, como o fígado.
Transplanta-se também pele, visando a recuperação de áreas atingidas por
queimaduras graves.
[…] 2.
Xenotransplante. Além da transplantação clássica, há outras que se
encontram em fase experimental como, por exemplo, o xenotransplante: o
enxerto de órgãos animais em seres humanos. A essa transplantação dá-se o
nome também de heteróloga. [...] Trata-se de um tema bastante delicado e que
vem sendo discutido com muita expectativa e interrogações” (ANDRADE,
Claudionor de. As Novas Fronteiras da Ética Cristã.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.122,23).
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CONHEÇA MAIS
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*Sobre doar-se
“O verdadeiro
amor constrange-nos à doação. Não é fácil a uma família tratar de semelhante
assunto numa hora em que as lágrimas são mais eloquentes do que qualquer
apelo humanitário. Mas, é justamente aí, que devemos perpetuar a vida do ente
que se foi num outro ente que, dependendo de nossa atitude, pode ficar entre
nós ainda por um bom tempo. Que as igrejas, pois, estejam preparadas a fim de
auxiliar seus membros a agir em momentos como esse.” Para conhecer mais leia
“As Novas Fronteiras da Ética Cristã”,
CPAD, p.135.
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II – EXEMPLOS DE DOAÇÃO NA BÍBLIA
A Palavra de Deus contém registros de ações altruístas carregadas de
amor, zelo e dedicação para com o outro. Exemplos dignos de ser observado
pelos cristãos.
1. O exemplo dos gálatas. A igreja na
Galácia foi fundada por Paulo, quando este empreendeu sua primeira viagem
missionária (47 – 48 d.C). Na ocasião o apóstolo sofria de uma enfermidade não
especificada na Bíblia (2 Co
12.7). Ele escreve que orou a Deus três vezes para ser curado, mas
o Senhor lhe respondeu: “a minha graça te basta, porque o meu poder se
aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co
12.9a). Ao evangelizar na região da Galácia, Paulo deixou indícios
de ter sentido os efeitos da doença em sua carne (Gl 4.13) e salienta que os gálatas não o
desprezaram nem o rejeitaram (Gl
4.14). Conjectura-se por meio desta passagem que a enfermidade de
Paulo era nos olhos, ou que a doença lhe afetava a visão (Gl 6.11). Indiscutível é que para expressar
o amor dos irmãos, ainda que de modo metafórico, o apóstolo fala do
sentimento altruísta dos gálatas, que se possível fora, arrancariam os próprios
olhos e os doariam no intuito de amenizar o sofrimento de Paulo (Gl 4.15).
2. O desprendimento de Paulo. O apóstolo
dos gentios é um excepcional exemplo de doação em prol do Reino de Deus.
Transbordando de amor, ele escreveu aos Coríntios: “eu, de muito boa vontade,
gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas (2 Co 12.15). Ao retornar da terceira viagem
missionária em direção a Jerusalém, o apóstolo discursou aos anciãos de Éfeso:
“Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria
a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus” (At 20.24). Dias
depois, ao chegar em Cesareia (At
21.8), Paulo recebeu uma revelação acerca do perigo que corria em
Jerusalém (At 21.10,11). Tendo sido
persuadido pelos irmãos a recuar (At
21.12), o apóstolo constrangido declarou estar disposto não apenas
a sofrer, “mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” (At 21.13). O
desprendimento paulino é uma ação digna de ser imitada pelos seguidores de
Cristo (1 Co 11.1).
3. A doação suprema de Cristo. Seguramente a
morte vicária de Cristo é o maior e incontestável gesto de amor e de doação
imensurável em favor do ser humano. Quando entregou sua vida por nós,
pecadores, Ele afirmou que o fez voluntariamente: “ninguém ma tira de mim,
mas eu de mim mesmo a dou” (Jo 10.18). As Escrituras afirmam que essa doação
estava fundamentada exclusivamente no amor, uma vez que “Deus prova o seu
amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Foi por intermédio
do sacrifício de Cristo, e de sua vitória sobre a morte, que fomos resgatados
de nossa vã maneira de viver (1
Pe 1.18-21).
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SÍNTESE DO TÓPICO II
A Bíblia mostra muitos exemplos de doação,
dentre os quais, todos são sombras da suprema doação: a morte vicária de
Cristo.
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SUBSÍDIO TEOLÓGICO
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“Infantilismos
teológicos. Há crentes que não se dispõem a doar seus órgãos, por temerem
ficar incompletos quando do arrebatamento da Igreja. Afinal, como entrarão na
Jerusalém Celeste sem o coração? Ou sem os pulmões? Ou, então, desprovidos de
rins? Na vida futura, todavia, não precisaremos de tais órgãos. Quando todas
as coisas se consumarem, nem das gônadas sentiremos falta, conforme sublinha
o próprio Cristo: ‘Pois, quando ressuscitarem de entre os mortos, nem casarão,
nem se darão em casamento; porém, são como os anjos nos céus’ (Mc 12.25).
Na eternidade,
todos seremos perfeitos, como perfeitos são os santos anjos. Por enquanto,
necessitamos de órgãos, tecidos, ossos e sangue em virtude de nossa
fisiologia. Esta, porém, é transitória. É o que o apóstolo Paulo deixa bem
patente: ‘Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na
corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória.
Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder. Semeia-se corpo natural,
ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual’
(1 Co 15.42-44).
Em vez de
especularmos com assuntos tão sérios, exercitemos o amor cristão. Na vida
eterna, não precisaremos mais de coração. Então, que este venha a pulsar
noutro peito. Que nossos pulmões arfem noutro tórax. E que os rins que, hoje,
nos filtram o sangue, venham a beneficiar os que se acham presos à máquina de
hemodiálise” (ANDRADE, Claudionor de. As Novas Fronteiras da Ética Cristã.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.137).
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III – DOAR ÓRGÃOS É UM ATO DE AMOR
O genuíno e excelso sentimento de amor constrange o cristão para ser
doador de órgãos e de tecidos humanos.
1. O princípio da empatia e da solidariedade. A empatia
pode ser definida como a capacidade de sentir o que a outra pessoa está
sentido, ou seja, a disposição de colocar-se no lugar do outro. Ser solidário
implica apoiar e ajudar alguém num momento difícil. Cristo nos ensinou no
Sermão do Monte: “tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho
também vós” (Mt 7.12).
Quando o ser humano entende o altruísmo do auxílio mútuo, os argumentos contrários
à doação de órgãos perdem o sentido e a razão.
2. O princípio do verdadeiro amor. Amar a Deus e
ao próximo como a si mesmo é o resumo da lei de Deus (Mt 22.37-40). Cristo ensinou que não existe
maior amor do que doar a sua vida ao próximo (Jo 15.13). O Salvador não doou apenas um ou
outro órgão para salvar nossas vidas. Ele entregou a sua vida por inteiro
para que não fôssemos condenados à morte eterna. João nos recorda esse ato e
nos exorta a fazer o mesmo: “Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida
por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos” (1 Jo 3.16). Portanto, doar órgãos para
salvar outras vidas é um sublime ato de amor.
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SÍNTESE DO TÓPICO III
Doar órgãos está fundamentado no princípio
do verdadeiro amor e tem raízes no princípio da empatia e da solidariedade.
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SUBSÍDIO PEDAGÓGICO
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Esta lição dá
a você a oportunidade de fazer uma importante atividade prática. Proponha a
classe a identificar irmãos na igreja que estejam precisando de doação de
sangue ou de um órgão. Proponha que a classe organize um plano de ação para
que o que estamos aprendendo na teoria seja colocado em prática. Nessa
atividade você e sua classe podem ter uma grata surpresa: identificar
pessoas, que você nem imaginava, que lutam contra uma enfermidade séria. É um
exercício de amor olhar e socorrer pessoas que estão sofrendo bem perto de nós.
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CONCLUSÃO
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A doação de órgãos
em vida, ou depois de morto, é um elevado gesto de amor. Esta ação em nada
contraria os preceitos éticos ou bíblicos, exceto no caso de células-tronco
embrionárias. Porém, ninguém deve ser forçado à prática de tão nobre gesto. O
ser humano não pode ser “coisificado” e nem sua vontade pode ser
desrespeitada. Doador e receptor expressam a imagem e a semelhança de Deus (Gn 1.26).
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PARA REFLETIR
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A respeito do
tema “Ética Cristã e Doação de Órgãos”, responda:
·
O que é transplante de órgãos e de tecidos
humanos?
O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na remoção de um órgão enfermo do corpo humano para ser substituído por outro saudável.
·
Por que a Ética Cristã não admite o uso de
células-troncos embrionárias?
Como a Bíblia ensina que a vida tem início na fecundação (Jr 1.5), a ética cristã desaprova o uso das células-tronco embrionárias, pois este procedimento interrompe vida do embrião.
·
Como você refutaria a ideia de comercialização
de órgãos e de tecidos humanos como empecilho para não doar órgãos?
Resposta pessoal. Você não encontrará a resposta nesta lição. Mas por se tratar de uma dúvida muito comum, a ideia é fazer uma reflexão com os alunos. Após eles exporem a resposta, informe que a legislação de doação de órgãos no Brasil proíbe a comercialização de órgãos com pena de até oito anos de reclusão para quem cometer esse crime (Lei 9.434/97).
·
Como você refutaria sobre a esperança do
milagre e a ressurreição do corpo como obstáculos para não fazer doação de órgãos?
Resposta pessoal. Uniformize a resposta fundamentado no subsídio do tópico II.
·
Segundo a lição, o que significa doar órgãos?
Um ato de amor. |
CONSULTE
Revista
Ensinador Cristão - CPAD, nº 74,
p39.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos
que buscam expandir certos assuntos.
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